domingo, novembro 13

Especial: Parapan-Americano de Guadalajara

Os Jogos Parapan-Americanos tiveram sua origem em 1967, em Winnipeg, no Canadá. Seis países se reuniram para disputar os Jogos Pan-Americanos para Paraplégicos, com modalidades disputadas em cadeiras de rodas. Até 1995 foram realizadas nove edições similares, para modalidades e classes específicas.

A partir de 1999, na Cidade do México, a competição ganhou o nome de Jogos Parapan-Americanos e reuniu diferentes tipos de deficiência e modalidades, sob a chancela do Comitê Paralímpico Internacional (IPC). Na primeira edição participaram aproximadamente mil atletas de 19 países, em quatro modalidades. Desde então a competição tem crescido a cada realização.

Em sua terceira edição, no Rio 2007, os Jogos Parapanamericanos foram coordenados pelo Comitê Organizador dos XV Jogos Panamericanos, em parceria com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), seguindo as regras estabelecidas pelo Comitê Paralímpico das Américas (APC) e do IPC. Na ocasião, mais de 1.300 atletas de 25 países competiram em 10 modalidades.

O Brasil conquistou ao todo 572 medalhas nas três edições dos Jogos Parapan-Americanos (255 ouros, 176 pratas e 141 bronzes). Após fi car por duas edições em segundo lugar no quadro geral de medalhas, o País garantiu a primeira posição no Rio 2007 e pretende repetir o sucesso em Guadalajara 2011. Acompanhe o crescimento do País na competição:

- Cidade do México 1999 - 2º lugar no quadro geral de medalhas, com 92 de ouro; 55 de prata e 33 de bronze, com um total de 180.

- Mar del Plata 2003 - 2º lugar no quadro geral de medalhas, com 80 de ouro; 53 de prata 31 de bronze, com um total de 164.

- Rio de Janeiro 2007 - 1º lugar no quadro geral de medalhas, com 83 de ouro; 68 de prata e 77 de bronze, com um total de 228.


Na disputa
Começou hoje a maior competição das Américas, que segue até o dia 20 de novembro, os 222 atletas irão competir em 13 modalidades e esperam repetir o excelente resultado do Parapan do Rio, quando alcançou o primeiro lugar geral no quadro de medalhas.


Agora, para vocês entrarem no clima dos jogos, conheçam um pouco das modalidades que serão disputadas. Veja:


ATLETISMO - As provas são definidas de acordo com a defi ciência dos competidores, divididas entre corridas (100m, 200m, 400m, 1.500m, 5.000m e maratona), saltos (altura, distância e triplo), lançamentos (dardo e disco) e arremesso (peso). Na pista, dependendo do grau de deficiência visual do atleta, ele pode ser acompanhado por um atleta-guia, que corre ao seu lado ligado por uma cordinha. Ele tem a função de direcionar o atleta, mas não deve puxá-lo, sob pena de desclassificação. No Brasil, a modalidade é administrada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro.


BASQUETE EM CADEIRA DE RODAS - Cada atleta é classificado de acordo com seu comprometimento físico-motor numa escala de 0,5 a 4,5. Para facilitar a classifi cação e participação dos atletas que apresentam qualidades de uma e outra classe distinta (os chamados casos limítrofes) foram criadas classes intermediárias: 1,5; 2,5 e 3,5. O número máximo de pontuação em quadra não pode ultrapassar 14 e vale a regra de que quanto maior a deficiência, menor a classe.


BOCHA - Modalidade que requer concentração, controle muscular e muita precisão, a Bocha é destinada a pessoas com paralisia cerebral e outros problemas neurológicos que utilizem cadeira de rodas. A competição consiste em lançar bolas (vermelhas ou azuis) o mais próximo possível da bola branca (jack, no Brasil conhecida como bolim). É permitido o uso das mãos, dos pés ou de instrumentos de auxílio para atletas com grande comprometimento nos membros superiores e inferiores. Há três maneiras de se praticar o esporte: individual, duplas ou equipes. No Brasil, a bocha é administrada pela Associação Nacional de Desporto para Deficientes (ANDE).


CICLISMO - O esporte começou a ser desenvolvido na década de 1980 por competidores com deficiência visual. A modalidade entrou para o programa oficial dos Jogos Paralímpicos em Seul 1988, mas a partir de Atlanta 1996 cada tipo de deficiência passou a ser avaliado de forma específica, com a inclusão de provas de velódromo. No Parapan de Mar del Plata 2003, o País trouxe duas medalhas de ouro e uma prata.
Podem competir paralisados cerebrais, defi cientes visuais, amputados e lesionados medulares (cadeirantes), de ambos os sexos. As provas são de velódromo, estrada e contra-relógio. No Brasil, a modalidade é administrada organizada pela Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC).


FUTEBOL DE 5 - Exclusivo para cegos, os jogos ocorrem em quadra de futsal adaptada ou em campo de grama sintética. Cada time é formado por cinco jogadores – que são completamente vendados – e o goleiro tem visão total e não pode ter participado de competições oficiais da Fifa nos últimos cinco anos. Junto às linhas laterais, são colocadas bandas que impedem que a bola saia do campo.


GOABALL - O jogo consiste em lançar a bola pelo chão com a mão, na direção do gol adversário, enquanto o oponente tenta bloqueá-la com seu corpo. A quadra tem a mesma dimensão de uma quadra de voleibol e o gol abrange toda linha de fundo (9mx1,30m). Cada equipe fica do seu lado do campo, com três jogadores cada e, no máximo, três suplentes no banco. Vendados, os jogadores são orientados através de um guizo instalado dentro da bola e, portanto, o silêncio do público durante as disputas é imprescindível. No Brasil, a modalidade é administrada pela Confederação Brasileira de Deporto para Deficientes Visuais (CBDV).


HALTEROFILISMO - Assim como no convencional, vence quem levantar o maior peso. Deitados em um banco, os atletas executam um movimento conhecido como supino. A prova começa no momento em que a barra de apoio é retirada (com ou sem a ajuda do auxiliar central) deixando o braço totalmente estendido. O atleta flexiona o braço descendo a barra até a altura do peito. Em seguida, elevam-na até a posição inicial, finalizando o movimento. No Brasil, a modalidade é organizada pelo CPB.



JUDÔ - o Judô começou a ser praticado por deficientes visuais na década de 1970 e teve sua estreia nas Paraolimpíadas de Seul 1988. Os atletas lutam em diferentes categorias divididas por peso. O confronto dura até cinco minutos e segue a maioria das regras do judô convencional, com pequenas modificações. Uma delas é que o atleta tem contato com o oponente antes mesmo da luta começar e caso o contato seja perdido, a luta é paralisada. No Brasil, a modalidade é administrada pela CBDV.


NATAÇÃO - A tradição brasileira dentro das piscinas é notável. No Parapan do Rio 2007, o Brasil ficou em segundo lugar geral da modalidade, perdendo apenas para o Canadá, com 39 medalhas de ouro, 30 de prata e 29 de bronze. Os medalhistas paraolímpicos Clodoaldo Silva, Daniel Dias, Andre Brasil e Edênia Garcia são alguns nomes de peso. Na natação, competem atletas com diversos tipos de deficiência (física e visual) em provas como dos 50m aos 400m no estilo livre, dos 50m aos 100m nos estilos peito, costas e borboleta. O medley é disputado em provas de 150m e 200m. As provas são separadas de acordo com o grau e o tipo de deficiência. No Brasil, a modalidade é administrada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).


TÊNIS DE MESA - Participam do Tênis de Mesa atletas de ambos os sexos com paralisia cerebral, amputados e cadeirantes. As competições são divididas entre atletas andantes e cadeirantes. Os jogos podem ser individuais, em duplas ou por equipes. As partidas consistem em uma melhor de cinco sets, sendo que cada um deles é disputado até que um dos jogadores atinja 11 pontos. Em caso de empate em 10 a 10, vence quem primeiro abrir dois pontos de vantagem. No Brasil, a modalidade é organizada pela Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM).


TÊNIS EM CADEIRA DE RODAS - O jogo segue as regras do tênis convencional e a única diferença é que a bola pode quicar duas vezes, a primeira tendo que ser nos limites da quadra. Os eventos se dividem em individuais e duplas e o vencedor de um jogo é o atleta que vencer dois sets. No Brasil, a modalidade é organizada pela Confederação Brasileira de Tênis (CBT).


TIRO COM ARCO - Competem arqueiros em cadeira de rodas, paralisados cerebrais, amputados e les autres. As provas são individuais ou por equipe. Uma distância de 70m separa o atleta do alvo, que mede 1,22m de diâmetro, sendo formado por dez círculos concêntricos. O mais externo vale um ponto. A partir daí, quanto mais próxima do círculo central estiver a flecha, maior a pontuação obtida. Quem acerta o centro do alvo, lance que requer muita precisão, recebe 10 pontos. Caso a fl echa fi que no limite entre dois círculos, é considerado o de maior valor. Se uma seta perfurar a outra, a mesma pontuação da primeira é dada à segunda. No Brasil, a modalidade é organizada pela Confederação Brasileira de Tiro com Arco (CBTarco).


VÔLEI SENTADO - Formados por seis atletas, o objetivo dos times é passar a bola por sobre a rede e fazê-la tocar o chão da quadra adversária. Para isto, os atletas devem sempre manter a pélvis encostada no chão. A partida tem cinco sets e ganha o time que primeiro vencer três sets. É necessário atingir 25 pontos para ganhar o set, com, ao menos, dois pontos de vantagem. No quinto set, é necessário atingir 15 pontos, com a mesma regra da diferença. No Brasil, a modalidade é administrada pela Associação Brasileira de Voleibol Paralímpico (ABVP).


Fonte consultada site do Comitê Paraolímpico Brasileiro e livro Introdução ao Movimento Paraolímpico

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